Por S. Exa. Revma. Dom Tomás de Aquino, O.S.B.
9 de março de 2024
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PAX
A invisível e silenciosa perseguição
Corção, em seu livro O Século do Nada (página 295), no capítulo III, subintitulado "A queda da França", fala de uma invisível e silenciosa perseguição religiosa naquele país, a qual, segundo ele, foi a principal causa do que Paulo VI depois chamou "autodestruição da Igreja". Isso mostra a importância que Corção dava ao que estava acontecendo na França, país onde se encontra o que há de melhor e de pior no mundo, dizia ele.
Antes mesmo do Concílio, artesões de erro já direcionavam seu arsenal contra a civilização cristã e preparavam os espíritos para uma apostasia geral. Nem todos sabiam necessariamente o que estavam fazendo, mas esses desorientados estavam realizando o trabalho de destruição cujos frutos estão diante de nós.
A própria guerra, a Segunda Guerra Mundial, serviu aos propósitos dos inimigos da Igreja. A França foi devastada física e espiritualmente.
Uma sucessão de casos tenebrosos - Dreyfus, Revolução Francesa, Resistance, Épuration, Argélia - foi explorada pelos inimigos da Igreja, que consolidaram seu próprio reinado. Paralelamente, houve a perseguição invisível e silenciosa nos seminários, entre os padres, religiosos, etc.
Essa perseguição se manifestou claramente no caso Lefebvre, o mais tenebroso de todos. Antes do Concílio, Dom Lefebvre já havia experimentado os efeitos dessa invisível e silenciosa perseguição. Os bispos franceses não lhe perdoaram o apoio público que ele havia dado à Cité Catholique e esperaram a hora da revanche.
Após a morte de Pio XII, a estrela de Dom Lefebvre parecia declinar lentamente. João XXIII o destituiu de seu cargo de Delegado Apostólico e Arcebispo de Dakar. Essa perseguição à fé católica mostrou sua face no Concílio, o maior de todos os desastres desde a fundação da Igreja, como dizia Dom Lefebvre.
Essa perseguição administrativa não é menos devastadora que as perseguições sangrentas. A lista dos perseguidos é longa. Dom Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer experimentaram a fúria daqueles que os excomungaram (uma excomunhão inválida em todos os sentidos). É a Anti-Igreja que tenta matar a verdadeira, como Caim procurou e matou Abel. Mas a Igreja tem as promessas de vida eterna e de vida neste mundo, porque as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
+ Tomás de Aquino, O.S.B.
U.O.G.D.