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Por Dom Williamson
Número DCCCXCVIII (898) – 28 de setembro de 2024
VIGANÒ COM CARLSON – II
A necessidade de Cristo por parte da cristandade é absoluta.
Deve-se dar ouvidos ao ensinamento do Arcebispo Viganò.
Na semana passada, estes “Comentários” apresentaram de forma resumida a primeira parte de um artigo muito interessante do Arcebispo Viganò publicado no ano passado, inspirado por uma transmissão do jornalista americano Tucker Carlson. Carlson argumentava que o humanismo secular pode alegar repudiar toda religião, mas ele faz isso tão somente se passando por uma religião substituta completa. Nessa ideia, o Arcebispo corroborou Carlson como só um eminente clérigo católico pode fazer, porque somente tal clérigo pode ter a verdade, altura e amplitude de visão suficientes para compreender totalmente o que está em jogo. Com essa ou aquela solução proposta pelo Arcebispo Viganò, pode-se discordar, por exemplo, o sedevacantismo (se é que isso ainda o tenta), ou a expulsão das autoridades traidoras da humanidade na Igreja e no Estado (como isso poderia ser feito, quando elas detêm todas as alavancas do poder, como nunca antes?); mas o que interessa aqui é que o Arcebispo está lidando com as raízes do problema. Se ao menos a Madre Igreja tivesse hoje uma dúzia de Bispos com sua clareza e coragem, ela não estaria mergulhada no mesmo problema. Para um resumo do restante do artigo do Arcebispo, prossiga com a leitura.
É desconcertante que entre o número de convertidos à religião universal também possamos contar Jorge Mario Bergoglio, junto com toda a covardia dos clérigos que permanecem fiéis a ele. A apostasia da hierarquia católica chegou a um ponto no qual se presencia a adoração ao ídolo da Pachamama, que é a personificação demoníaca do globalismo ecumênico, inclusivo e sustentável "amazônico". O que estamos testemunhando nada mais é do que a aplicação reversa do processo que levou à disseminação do cristianismo no Império Romano e em todo o mundo, uma espécie de vingança da barbárie e do paganismo sobre a Fé de Cristo. O que Juliano, o Apóstata, tentou fazer no século IV, a saber, restaurar o culto aos deuses pagãos, hoje é seguido zelosamente por novos apóstatas, todos unidos por um “furor sagrado” que os torna tão perigosos quanto o seu convencimento de serem capazes de ter sucesso em suas intenções, por causa dos meios infinitos à sua disposição.
Essa religião nada mais é do que uma realização moderna do culto a Lúcifer. Não é nenhum mistério que os ideólogos do pensamento globalista sejam todos anticristãos e anticlericais, significativamente hostis à moral cristã, opostos à civilização e à cultura que o Evangelho moldou em dois mil anos de história. Todos os preceitos da religião globalista são uma versão falsificada dos Dez Mandamentos, sua inversão grotesca, uma reversão obscena. Na prática, eles usam os mesmos meios que a Igreja sempre usou para a evangelização, mas com o objetivo de condenar as almas e submetê-las não à Lei de Deus, mas à tirania do diabo, sob o controle inquisitorial da anti-igreja de Satanás. No fundo de tudo isso, há o ódio a Deus e a inveja pela bem-aventurança sobrenatural que Ele reservou aos homens ao redimi-los do pecado através do Sacrifício da Cruz de Seu Filho.
A inimizade entre a semente da Mulher e a da serpente (Gn 3, 15) é uma realidade teológica na qual os inimigos de Deus creem acima de tudo. Alguns dos sinais do fim dos tempos são a abolição do Santo Sacrifício e a presença da abominação da desolação no templo (Dn 9, 27). As tentativas de suprimir ou limitar a Missa tradicional unem a Deep Church e o Deep State, revelando a matriz essencialmente luciferiana de ambos. Eles sabem muito bem quais são as graças infinitas que se derramam sobre a Igreja e sobre o mundo por meio daquela Missa, e querem impedir que essas graças sejam concedidas, a fim de que não atrapalhem seus planos.
Por muito tempo, cidadãos e fiéis têm sofrido passivamente as decisões de seus líderes políticos e religiosos diante das evidências de sua traição. Se aquelas autoridades do Estado e da Igreja agem contra os cidadãos e os fiéis, é porque seu poder é usurpado, e sua autoridade é nula. Se elas não querem ser como pais para nós; se elas não querem o nosso bem e se de fato fazem de tudo para corromper-nos em corpo e espírito, é hora de expulsá-los de suas posições e chamá-los a prestar contas de sua traição, de seus crimes e de suas mentiras escandalosas.
Kyrie eleison.