Por Dom Williamson
Número CMVII (907) – 30 de novembro de 2024
PUNIÇÃO CORPORAL
É Deus quem projeta e cria todas as crianças.
Se se negligencia Suas próprias instruções, elas vão à loucura.
“Poupe a vara, e estrague a criança” é um velho provérbio, que remonta certamente a muito antes do nosso tempo, pelo menos ao Antigo Testamento, em, surpreendentemente, muitos lugares. Oito deles estão citados aqui abaixo, com comentários, mas é muito provável que haja ainda mais. O que importa é perceber que se as Escrituras insistem tanto nisso, é porque o princípio vêm não apenas do senso comum natural, mas, em última análise, do próprio Deus para nos instruir sobre como a natureza humana, especialmente das crianças, deve ser formada. Claro que as circunstâncias modernas devem ser levadas em consideração, como, por exemplo, uma legislação fundamentalmente perversa pela qual os chamados “serviços sociais” de um governo podem tirar meus filhos de mim e da minha esposa se ousarmos encostar um dedo neles. Mas a série de citações das Escrituras nos diz pelo menos o que pensar sobre tais “serviços sociais”.
Vamos começar com Provérbios XIII, 24, uma versão quase literal do nosso provérbio:
Aquele que poupa a vara, quer mal ao seu filho: mas aquele que o ama, não tarda em corrigi-lo.
Já Provérbios XIX, 18 é um apelo ao bom senso. O castigo corporal deve ser usado com justiça, mas sem excesso:
Castiga teu filho, não desesperes: mas não deves cometer o excesso de lhe dares a morte.
Provérbios XXII, 15 evoca o pecado original que é a grande verdade por trás da necessidade do castigo corporal:
A loucura está ligada ao coração de uma criança, mas a vara da correção a afastará.
Provérbios XXIII, 13 é outro apelo ao bom senso: não matará a criança aquecer seu traseiro:
Não poupes a correção a uma criança: pois por lhe bateres com a vara, ela não morrerá.
Provérbios XXV, 20 declara o quão insensato é estragar uma pessoa má (ou criança travessa) sendo muito bonzinho: ...lançar vinagre numa ferida: isso faz aquele que canta para alguém de coração mau.
Provérbios XXIX, 15, 17 declaram o efeito bom ou ruim sobre os pais de punir ou não punir, respectivamente, as crianças:
15 A vara e a correção dão sabedoria, mas a criança que é abandonada à sua própria vontade envergonha a sua mãe.
17 Corrige teu filho, e ele te consolará, e dará prazer à tua alma.
Eclesiástico XXII, 6 repete o ensinamento de Provérbios sobre o valor do castigo corporal:
... o chicote e a doutrina nunca devem ser dispensados (“chicote” aqui significa “surra”).
Eclesiástico XXX, 1–12 é um pequeno tratado sobre o valor de cuidar da educação dos filhos:
Aquele que ama seu filho, frequentemente o castiga, para que possa alegrar-se mais tarde, e não vá bater nas portas dos outros. 2 Aquele que instrui seu filho será louvado nele, e se gloriará nele mesmo entre seus conhecidos. 3 Aquele que instrui seu filho causa inveja ao seu inimigo, e entre seus amigos se gloriará dele... 6 Pois ele deixou um defensor de sua casa contra os inimigos, e alguém que retribuirá as gentilezas de seus amigos...
9 Adula o teu filho, e ele te causará medo: brinca com ele, e ele te entristecerá. 10 Não rias com ele, para que não venhas a sofrer por isso, e acabes com ranger de dentes. 11 Não lhe dê liberdades em sua juventude, e não feches os olhos às suas extravagâncias. 12 Incline seu pescoço enquanto ele é jovem, e fustiga-o nos flancos enquanto ainda é criança, para que não venha a endurecer-se, e não te obedeça, e venha a ser a dor da tua alma.
Os “psicólogos infantis” de hoje não ensinam aos pais o oposto do Antigo Testamento? Não é verdade que muitos pais tendem a desistir de disciplinar ou instruir seus próprios filhos, preferindo entregá-los nas mãos dos estados ímpios, e mesmo deixá-los serem controlados por estes? E será que essas crianças se tornariam melhores dessa forma? A julgar por uma multidão de jovens de hoje...
Kyrie eleison.