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Comentários Eleison nº 913


Por Dom Williamson

Número CMXIII (913) – 11 de janeiro de 2024


CARIDADE 2025


Se os católicos praticassem a caridade, todo inimigo,

Sem uma única gota de sangue, seria abatido.


A cerca de um mês atrás, um sacerdote da "Resistência" Católica na França, o Pe. Matthew Salenave, outro que se refugiou da FSSPX, descreveu um sábio retrato do estado em que a Igreja Católica se encontra hoje. Anteriormente ele havia escrito em público de forma um tanto crítica sobre o estado da Neofraternidade Sacerdotal São Pio X que decaiu em relação ao que costumava ser quando foi fundada e liderada pelo Arcebispo Lefebvre. Junto com o texto que se segue, ele escreveu que desejava adicionar algumas "considerações mais positivas e encorajadoras".


"... Se Deus permite que uma atividade sacerdotal decaia, isso não significa que Ele deseja abandonar Sua Igreja ou as almas redimidas por Seu Precioso Sangue. É por isso que, ao lado da triste deterioração da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, Ele vem fazendo surgir, pelo menos nos últimos 10 anos, uma série de fortalezas, uma variedade de pequenas fortalezas da Fé. Elas não necessariamente compartilham o mesmo ponto de vista ou mostram a mesma firmeza em suas posições, mas com certeza nenhuma delas quer continuar seguindo a Neofraternidade em seu desejo de voltar à autoridade romana.


Assim, temos a Companhia de Maria com o Pe. Chazal, os Apóstolos de Jesus e Maria com o Bispo Faure, o Priorado de Villeneuve com o Pe. Pivert, os Dominicanos de Avrillé, os Beneditinos de Bellaigue e várias confrarias sacerdotais sob a autoridade dos Bispos da “Resistência” e de diferentes priorados, todos reunidos sob a autoridade moral e espiritual dos sete Bispos da “Resistência”. Obviamente, o mais importante de tudo nesse esforço católico para resistir é a Fé Católica, com Bispos na linha de frente da defesa, pois é assim que a Igreja continua em sua Fé, hierarquia e em seus Sacramentos.


Cada fortaleza terá suas próprias características, e até mesmo fraquezas. Uma ou outra fortaleza pode até cair para o inimigo, como dizia o Pe. Calmel, mas a queda de uma ou outra não as derrubará todas juntas, como aconteceria se estivessem todas unidas em uma única organização da Tradição Católica.


O Pe. Calmel costumava sublinhar também a necessidade da Caridade para unir essas fortalezas. Pode muito bem haver certa autonomia por respeitar-se no caso de cada fortaleza, mas não há menos necessidade de que cuidem umas das outras e de que evitem aqueles ciúmes eclesiásticos e religiosos que sempre foram uma praga da vida da Igreja. Essa situação não durará para sempre, mas apenas até que a Igreja recupere um Papa perfeitamente católico. Vamos orar e agir para que Deus possa dar-nos um assim o mais rápido possível!”


Então, por que essas considerações do Pe. Salenave são dignas de recomendação? A resposta está em alguns pontos:


* A perspectiva principal é aquela de Deus (parágrafo 1), e do que Ele está fazendo para cuidar de Sua Igreja. Foi Deus quem permitiu que a FSSPX flertasse mais uma vez com os apóstatas em Roma, em parte porque seu orgulho merecia, em parte porque Ele precisava de uma única congregação mundial para restabelecer os direitos da Tradição, mas uma vez que isso foi alcançado, Ele não precisava mais de uma única Congregação que pudesse até mesmo parecer substituir a Igreja oficial.


* Assim, temos uma diversidade de grupos tradicionais (parágrafo 2), todos centrados na , não em sua própria glória nem mesmo em sua sobrevivência, mas confiando em seus próprios Bispos para manter uma semelhança mínima com a autoridade católica.


* Essa diversidade dessas fortalezas e o status não oficial de seus Bispos (parágrafo 3) certamente não são uma maneira normal para a Igreja Católica funcionar, mas nas circunstâncias atuais, de Deus purificando Sua Igreja, a diversidade impede uma queda conjunta (parágrafo 2), e a não oficialidade deixa espaço para Deus restaurar Sua Igreja de modo oficial e correto, em Seu próprio tempo, pelo Triunfo do Imaculado Coração de Sua Mãe.


* O Pe. Salenave começou com a Fé e termina com a Caridade (parágrafo 4). Se as fortalezas afirmam estar servindo à Igreja, mas não têm caridade, especialmente umas com as outras, elas são, como São Paulo diz fortemente (I Cor. XIII, 1) “como um bronze que soa ou um címbalo que retine”. Que cada uma das fortalezas perceba que exemplo de caridade está dando!


Kyrie eleison.

*Os artigos publicados de autoria de terceiros não refletem necessariamente a opinião do Mosteiro da Santa Cruz e sua publicação atêm-se apenas a seu caráter informativo.

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