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Dom João da Cruz


DOM JOÃO DA CRUZ

Nascido na Argentina, chamado José Schöo, antes de receber o hábito beneditino, conheceu a Tradição através da Fraternidade São Pio X, na qual ingressou estudando inicialmente na Argentina e em seguida em Ecône, na Suíça. Atraído pela vida monástica entrou no mosteiro beneditino de Santa Maria Madalena, na França. Aí fez sua profissão perpétua em 1982. Ordenado sacerdote por S. Ex. Dom Marcel Lefebvre em 1986, foi enviado ao Brasil no ano seguinte para ser um dos fundadores do nosso mosteiro da Santa Cruz em Nova Friburgo no Estado do Rio de Janeiro, onde foi Mestre de noviços. Após a separação com o Mosteiro Sainte Marie Madaleine du Barroux ficar consumada, D. João voltou ao nosso mosteiro, indo em seguida para Santa Maria (RS), onde foi recebido pelo dedicado, fiel e extremamente generoso Sr. Otero. Sua presença em Santa Maria marcou profundamente muitas almas e preparou o terreno para a obra que lá realiza hoje o Rev. Pe. Pascal ajudado pelo Rev. Pe. Carlos.

Devido à sua saúde, D. João teve que se recolher ao mosteiro de Nossa Senhora de Guadalupe nos Estados Unidos, onde foi também Mestre de noviços, vindo a falecer no dia 29 de junho deste ano, em conseqüência de suas doenças suportadas com heróica resignação.

Digamos agora algumas palavras sobre as virtudes de nosso saudoso Dom João.

Como sacerdote, Dom João exerceu sobre inúmeras almas o que é próprio de um sacerdote, ou seja, o zelo para encaminhá-las para Deus. Nesse particular quantos poderão testemunhar sobre as graças recebidas através do ministério sacerdotal de Dom João da Cruz, o qual levou muito longe essa dedicação atenta para com cada alma em particular!

Ainda como sacerdote, o seu amor à missa o fazia rezá-la com uma reverência e dignidade que impressionaram a Revda. Madre Marie Christianne, fundadora dos Carmelos da Tradição e irmã de Dom Lefebvre, como ela mesma contava.

Ainda como sacerdote, devemos notar os sermões de Dom João, que tocavam fundo nas almas devido não só à expressão sempre densa e incisiva, mas, sobretudo pela sua Fé e sua experiência do sofrimento, que o acompanhou ao longo de toda a sua vida.

Para conhecer D. João como monge, bastava visitar a sua cela, reflexo de seu amor pela regularidade, ou seja, de seu amor à Santa Regra, pela observância deste código de santidade legado por Nosso Bem-aventurado Pai São Bento.

Neste rápido esboço sobre D. João não podemos deixar de lembrar a sua doença. Que martírio foi para ele essa doença que justamente o impedia de observar as prescrições da Regra e a ficar prostrado no leito, atormentado horas a fio pela dor! Essa dor contínua foi, sem dúvida alguma, o caminho privilegiado de sua santificação e de sua penetrante direção das almas, pois só quem sofreu entende os sofrimentos do próximo.

Para terminar, lembremos que em 1988 quando Dom Gérard Calvet fez inaceitáveis acordos com Roma, Dom João da Cruz foi o primeiro a tomar a corajosa decisão de se separar da obediência de Dom Gérard, preferindo obedecer antes a Deus do que aos homens, compreendendo o que dizia São Bernardo: “Aquele que faz o mal porque lho ordenaram, não faz ato de obediência, mas sim de rebelião”.

Que todos esses exemplos de dedicação sacerdotal, paciência nas provações, fidelidade à Fé, amor da missa e da estrita observância da Regra permaneçam sempre vivos em nossa lembrança.

A seus familiares apresentamos aqui nossos pêsames e lhes asseguramos de nossos sentimentos de simpatia nessa circunstância dolorosa.

D. Tomás de Aquino OSB Prior do Mosteiro da Santa Cruz

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