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Dom Viganò, Dom Lefebvre e o sedevacantismo

 

Por S.E.R. Dom Tomás de Aquino, OSB


Dom Viganò se comportou como um verdadeiro herói a partir do momento em que compreendeu ou começou a compreender a decomposição moral e doutrinal da Igreja conciliar. Infelizmente, ele parece inclinar-se para a posição sedevacantista. O tempo dirá melhor qual é a sua verdadeira posição.

 

Quanto a Dom Lefebvre, ele já iniciara este combate contra a Igreja conciliar em circunstâncias mais decisivas do que as de hoje. Ele havia ganhado a confiança dos fiéis no mundo inteiro, por causa da solidez de sua formação e da superioridade de sua prudência. Sua prudência o fez evitar ao mesmo tempo os ralliements das comunidades Ecclesia Dei e o erro do sedevacantismo. Com precisão, ele mostrou como Dom Gérard e outros suicidavam suas obras, ao se colocarem sob a autoridades dos modernistas, e como os sedevacantistas, por sua vez, punham-se numa posição tão incerta quanto perigosa, afirmando mais do que os ensinamentos da Igreja permitem afirmar.

 

Alguns pensam que Dom Lefebvre hoje seria sedevacantista. Não creio que seja assim. Creio mesmo o contrário. Creio que os argumentos que ele deu durante sua vida guardam sua força e atualidade nos dias de hoje. Seus argumentos são simples. Como fica a Igreja se os papas de João XXIII até Francisco não são papas? Os cardeais nomeados por eles não são cardeais? Quem elegerá então o papa? Como se poderá ter, novamente, um papa? Isto parece pôr em perigo a existência mesma da Igreja. O melhor é esperar pela sentença que a Igreja dará um dia, definindo e resolvendo esta questão.

 

Diante da divergência de ideias e de procedimentos dentro da Tradição, não vejo senão uma conduta sensata a seguir: guardar e transmitir o que recebemos de Dom Lefebvre tanto do ponto de vista doutrinal como do ponto de vista prudencial. Mas muitos dirão: a prudência leva em conta a mudança de situação entre o estado da crise no tempo de Dom Lefebvre e agora. Sim, há algumas mudanças, mas elas não são essenciais. A essência da crise permanece a  mesma.

 

Como na crise ariana, que durou cerca de 60 anos, esta crise se prolonga sem que os pontos essenciais mudem. É por isso que o exemplo de Dom Lefebvre permanece atual.

 

Que Nossa Senhora, que venceu todas as heresias, nos obtenha a graça de vencer os ataques do demônio e dos modernistas.



+Tomás de Aquino, OSB

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