VOZ DE FÁTIMA VOZ DE DEUS
“Vox túrturis audita est in terra nostra”
(Cant. II, 12)
Nº 70 – 30 de julho de 2022
Vamos retomar a Voz de Fátima para não deixar de dar a nossos fiéis o alimento da doutrina.
As questões que me parecem mais perturbar os fiéis neste momento são as questões do sedevacantismo e a da Fraternidade.
Sobre o sedevacantismo, diremos apenas que os teólogos não estão de acordo entre si. Caetano, João de Santo Tomás, São Roberto Belarmino, Suarez, Bañez, Billuart e vários outros não estão de acordo entre si. A Igreja não deu razão nem a uns nem a outros. A prudência nos faz tomar a mesma posição que a Santa Madre Igreja. Foi o que fez Dom Lefebvre. É o que nós queremos fazer. Voltaremos ao assunto em outro Voz de Fátima.
Quanto à Fraternidade e à Resistência, só temos a assinalar que a Resistência nasceu de uma oposição à política dos acordos de Dom Fellay e de seus assistentes: Pe. Pfluger e Pe. Alain Nély. Esta política é uma política suicidária e contrária ao que fez e aconselhou Dom Lefebvre, pois ela tende a pôr-nos sob a autoridade de homens que não professam a integridade da Fé católica.
O que resta hoje na Fraternidade da influência desta política? Eis o ponto central da questão. Roma observa e procura marcar pontos neste combate contra a Tradição. Sem a Resistência, a Fraternidade teria, talvez, ido mais longe. Em 2012, tudo o que estava sendo feito para os acordos foi interrompido. A carta dos três bispos (Dom Williamson, Dom Tissier e Dom de Galarreta) a Dom Fellay e seus assistentes, bem como a reação de vários padres e de algumas comunidades religiosas, tiveram certamente o efeito de desacelerar ou até mesmo de paralisar as negociações.
A Resistência não procura o mal da Fraternidade, muito pelo contrário. Rezamos para que ela se recupere e diga não a esta aproximação de Roma que é cheia de perigos, perigos dos quais Dom Lefebvre nos protegeu enquanto viveu.
“Resisti fortes na fé”. É o que pedimos para eles e para nós.
+ Tomás de Aquino, OSB