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XXXI – A Blasfêmia - Guerra à blasfêmia



A Blasfêmia

Guerra à blasfêmia


III – Os castigos da blasfêmia


1 – As desculpas e os pretextos


O que vos disse deveria encher de pavor todo blasfemador, induzi-los a deixar a blasfêmia e a fazer-lhe guerra impiedosa. Entretanto ainda há aqueles que, cegos pelo diabo, procuram desculpas seu pecado. Há quem diz:


a) Não tenho a intenção de maltratar a Deus - R. Sim, mas, afinal, O maltratais, sabendo que O estais maltratando. Se alguém vos desse uma punhalada, sabendo o que faz, e depois dissesse que não tinha a intenção de ofender-vos, será que o desculparíeis?


b) É a cólera que me faz blasfemar - R. A cólera é também um pecado, e com este se pretende escusar outro pecado? A cólera deve ser contida. E se alguém tem cólera deve afrontar a Deus? Que tem ele com isso? Dizei-me: se alguém, que se irrita com um companheiro seu, para desabar a raiva vos batesse, será que o escusaríeis?


c) Mas eu tenho o hábito: blasfemo sem pensar nisso – R. Pior! É sinal de que não procurais emendar-vos, e de que não temeis os castigos de Deus. Se um ladrão perante os juízes dissesse: “Eu mereço desculpa porque estou habituado a roubar”, escusá-lo-iam os juízes? Ao contrário, diriam: “Por isso, merece pena maior”.


As desculpas, portanto, nada valem para tirar ou diminuir o gravíssimo pecado da blasfêmia.


Um cão dá lição ao blasfemador – O célebre naturalista francês Buffon (†1788) conta que um senhor, ao chegar à sua casa de máscara no rosto, foi mordido por seu cão que o não conheceu. Aí ele tirou a máscara. O cão, visto haver mordido o dono, baixou o rabo, foi esconder-se, não quis mais comer, e, dias após, morreu. Devo eu dizer que o blasfemador aprende dos animais?


2 – Meios para libertar-se da blasfêmia


S. Paulo exclamava, dirigindo-se aos blasfemadores: “Oh! Que se afaste de vós a blasfêmia! Tende horror a esse horrível pecado!”. E se já houvesse alguém contraído o detestável vício da blasfêmia, deplore o seu pecado com lágrimas de verdadeira contrição, e recorre logo aos meios para não recair nela. E os meios são:


a) Armar-se de uma forte vontade, rogando a Deus a graça da emenda.


b) Estar sempre em guarda para não deixar escapar da boca nenhuma blasfêmia, e dizer em vez dela qualquer outra palavra que não ofende a Deus.


c) Impor-se alguma penitência (oração, esmola, mortificação) toda vez que soltar uma blasfêmia.


d) Reiterar o propósito toda manhã, e pedir perdão a Deus à noite, se por desgraça durante o dia tivesse ocorrido ainda alguma recaída.


Todos, afinal, devem fugir da companhia daqueles que blasfemam, pois se trata de um mal contagioso, que se contrai facilmente.



3 – Impedir a blasfêmia


Não só deveis evitar blasfemar, como deveis corrigir os demais que blasfemam e impedir, quando vos for possível, esse pecado.


Um escolar converte o pai – Em Namur (Bélgica) um garoto de 10 anos, que frequentava a Escola cristã, tinha por infelicidade sua um pai blasfemador. Um dia o menino voltou para casa mais tarde que de costume, e isso bastou para que o pai ficasse furioso e vomitasse horrível blasfêmias.


***


Quantos jovens se topam que não sabem rezar, não conhecem as verdades da fé, e são blasfemadores que suplantam os demônios! É preciso corrigir esses infelizes. São João Crisóstomo diz: “Quando se ouve alguém blasfemar, todos deveriam correr e tapar-lhe a boca com as mãos, a bem dizer para cerrar essa porta da qual saem todos os males”. S. Leonardo de Porto Maurício pedia do púlpito aos jovens, que se escutassem alguém blasfemar, se amontoassem todos em torno dele, e gritassem bem alto: “Seja louvado Jesus Cristo”.


Conclusão


Eis um belo modo de reparar as blasfêmias: dizer frequentemente: “Seja louvado Jesus Cristo!”


Antes de uma operação cirúrgica – No Hospital de Bonn (no Reno) a um enfermo devia ser amputada a língua, por se ter desenvolvido nela o cancro. O médico que deveria fazer a operação disse ao paciente: “Dentro de poucos momentos ficareis mudo, e tal sereis por toda a vida: se tendes alguma coisa, falai agora pela última vez”. O enfermo pensou um momento, depois disse em voz alta: “Louvado seja Jesus Cristo!”. Estas foram as últimas palavras dele, e comoveram todos os presentes.


***


Jamais profaneis o nome de Deus, mas venerai-o. É o 2º Mandamento que vo-lo ordena. Pronunciai sempre com respeito e devoção o santo nome de Deus, de Jesus Cristo e da Santíssima Virgem. Taís, que foi grande pecadora, quando se converteu tornou-se modelo no respeitar o nome de Deus. Ela julgava-se indigna de pronunciá-lo, e, invocando-o assim se exprimia: “Vós que vos dignastes de me criar, tende piedade de mim!”. S. Bernardino de Sena, quando tinha de dizer “Jesus” se dirigia ao Céu, e pedia aos Serafins os lábios, para pronunciar dignamente aquele santíssimo nome.


Usai do dom da língua para bendizer frequentemente a Deus, a Jesus Cristo, a Virgem e aos Santos, e para fazê-los abençoar também pelos outros. Assim sereis por Deus abençoados na terra e por todos os séculos no Céu.


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(Extraído do livro A Palavra de Deus em Exemplos, G. Montarino,

Do original La Parole di Dio per lá Via d’Esempi)

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