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XXXIII – O Remédios contra a Impureza - A oração

O Remédios contra a Impureza

A oração


III – A Oração


1 – O recurso a Deus


A oração é o remédio eficacíssimo e indispensável para obter a força de resistir às tentações. Sem a oração não adiantam os outros esforços. Daí o Sábio: “Sabendo não poder ser puro sem a ajuda de Deus, para Ele me voltei, e Lho roguei” (Sb 8, 21). Falando da impureza adverte-nos Jesus Cristo no Evangelho: “Essa espécie de demônios não se expulsa senão mediante a oração e o jejum” (Mt 17, 20). E alhures: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Mt 26, 41). Nos perigos, elevar a Deus o gemido: “Senhor, meu estado é violento: protegei-me” (Is 38,14). “Salvai-me, ó Senhor” (ib., 20).


2 – A frequência dos Sacramentos


Outro remédio eficacíssimo contra a luxúria é a frequência dos sacramentos. Quem recorre amiúde aos Santos Sacramentos, que são os canais da graça, resiste com facilidade a todos os ímpetos da lascívia, mesmo que se tratasse de hábito inveterado. Bem o sabe o demônio, cujas artes visam especialmente a manter suas vítimas longe da Confissão e da Comunhão. E se de novo se repetisse a queda? Não deve haver desânimo! Volte-se sem escrúpulos ao mesmo confessor, para obter novos conselhos e novos remédios. S. Filipe Néri desse modo da desonestidade um jovem que nela se achava mergulhado há muito tempo: ordenou-lhe que toda vez que caísse, fosse logo se confessar e comungar. O jovem obedeceu, e em pouco tempo se viu emendado. A Comunhão bem feita: eis “o trigo dos eleitos e o vinho que produz as almas puras: Frumentum electorum, et vinum germinans virgines” (Zc 9,17).


3 – A meditação dos Novíssimos

A meditação e a ideia da presença de Deus será também ajuda à vitória nas lutas do espírito contra a carne. Diz-nos o Espírito Santo: “Em todos os teus atos lembra-te do teu último fim e não pecarás por todo sempre” (Eclo 7, 40). Pensar na ruína que brevemente se dará desse nosso corpo, e no eterno castigo! Pensar que momentaneamente é o prazer; eterno o tormento: Momentaneum quod delectat; aeternum quod cruciat! (S. Greg.). Pensar que estamos sempre sob olhos de Deus, e dizer nas tentações: “Deus me vê: ousarei eu macular-me em sua presença?”. Assim faziam os santos, e assim saíam vencedores de todos os perigos da sensualidade.


Conclusão


Eis sumariamente expostos os remédios contra a impureza. Cabe a vós recorrer a esses poderosos contravenenos. Dois caminhos diferentes se vos deparam, que podeis percorrer; e duas vozes diferentes vos convidam. Daqui vos atrai a volúpia; dali vos chama a severa continência. Por aqui o caminho florido do prazer que leva à ruína; por ali o árduo caminho da castidade que leva à glória. Por que caminho meter-vos-eis? Há o que pensar? Já deveis ter optado. Se a lei da castidade vos parece dura, os meios para cumpri-la não são difíceis, e são de efeito seguro.


Pensai nas grandes recompensas da castidade, com a qual tornar-vos-eis semelhantes aos Anjos, aproximar-vos-eis sempre mais de Deus.


Pensai na coroa que vos espera quando formardes aquela geração em que Deus põe as suas complacências, e da qual o Espírito Santo fez o elogio, dizendo: “Oh! Quão bela é a geração casta com glória! Sua memória é imortal, porque ela é conhecida perante Deus e perante os homens: O quam pulchra est casta generatio cum claritate! Immortalis est enim memoria illius; quoniam et apud Deum nota est, et apud homines” (Sb 4,1).


(Extraído do livro A Palavra de Deus em Exemplos, G. Montarino,

Do original La Parole di Dio per la Via d’Esempi)

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