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XXXIV – A Sagrada Eucaristia - Os nossos deveres para com a Eucaristia


A Sagrada Eucaristia

Os nossos deveres para com a Eucaristia



III – Os nossos deveres para com a Eucaristia


1 – Fé viva


Eu sei que todos vós credes nesta verdade: mas careceis de reavivar sempre mais a vossa fé. Se viesse a nossas igrejas um pagão e eu lhe dissesse: “Ali, no santo Tabernáculo, está Jesus vivo e verdadeiro”, que diria o pagão ao ver a atitude de certos jovens cristãos? Eu creio que diria: “Ou o padre me engana, ou então esses rapazes não creem”. Porventura, não é verdade que alguns, diante do Santíssimo Sacramento, falam, riem, brincam? Infelizmente, é quase de se afirmar que eles não creem?


A fé de São Luís, Rei de França – Quando certa manhã se celebrava a missa da capela real de Luís IX, rei de França, Jesus Cristo apareceu à vista de todos na Hóstia consagrada, sob a forma de um menino belíssimo. Os cortesãos correram a dar notícia disso ao rei, convidando-o a ir ver o milagre. Luís, sem perturbar-se, respondeu: “Que vão ver Jesus Cristo nessa Hóstia os que duvidam de sua real presença: eu já creio nesse milagre mais do que se o visse com os meus próprios olhos”. E não se mexeu. Aquela era fé viva!


2 – Adoração


Se um grande monarca fixasse a sua moradia junto a um pobre mendigo para assisti-lo, consolá-lo e fazer-lhe favores, que faria esse mendigo? Não se consideraria honrado...? Não se prostraria perante ele? Esse rei monarca, esse Rei benigno é Jesus que mora com uns miseráveis mendigos que somo nós. E deixá-Lo-emos em abandono? Suponde que de improviso entrasse nesta igreja Jesus Cristo em pessoa, visível e fulgurante de luz: que faríamos? Prostrar-nos-íamos com o rosto no chão... Oh! Como O adoraríamos!


Mas não é, por ventura, o mesmo Jesus Cristo que habita no Santo Tabernáculo? Não o vemos com os olhos do corpo, porque não poderíamos aguentar o esplendor de sua majestade; mas sabemos que é realmente ele. Também os cegos que corriam atrás de Jesus (como está dito no Evangelho), não O viam, entretanto O adoravam e O suplicavam.


Por que não fareis também assim?


Adorai Jesus, reverentes, nas igrejas, nas procissões, quando é levado como Viático aos enfermos. Visitai-O amiúde. Podeis ter sua audiência quando quiserdes, sem depender de ninguém, sem tremer à sua presença. Pedi a ele favores. Recordai que a Eucaristia é a fonte de todas as graças, a mina de todos os tesouros.


Afervore-vos o exemplo dos santos. Eles compreendiam bem a presença de Jesus na Eucaristia, e como O adoravam!


Santa Maria Madalena de Pazzi visitava-O mais de 30 vezes por dia, aproximando-se sempre que podia do Santo Tabernáculo.


São Francisco Xavier, o célebre missionário das Índias, pregava todo dia a fim de converter almas, e depois passava grande parte das noites diante do santíssimo Sacramento.


São Francisco Regis, achando fechada a porta da igreja, ajoelhava-se do lado de fora, até no frio, no vento e na chuva, e ali ficava a fazer companhia a seu Senhor Sacramentado.


São Venceslau, duque da Boêmia, ia de noite, no inverno, visitar as igrejas onde houvesse o Santíssimo Sacramento; e era tal o seu ardor que, caminhando na neve, fazia-a dissolver-se com o seu contato.


Santo Afonso de Ligório, apaixonadíssimo de Jesus Sacramentado, não podendo mais ir à igreja porque velho e enfermo, suplicava àqueles que lhe estavam à roda: “Ah! Levai-me à Igreja para a adoração! Tenho uma palavrinha a dizer a Jesus”.


São Luís Gonzaga, prostrado diante do Tabernáculo, todo recolhido, era tão incendiado de amor, que parecia um Serafim do Céu.


O Venerável Padre Olier dizia frequentemente: “Que prazer seria o meu, se eu pudesse velar todas as noites, como uma lâmpada acesa diante do SS. Sacramento!”


Tais exemplos nos falam ainda do reconhecimento e do amor que esses santos tinham a Jesus, e que todos nós deveremos ter.


3 – Reconhecimento e amor


De um amigo que vos fizesse um grande presente, recordar-vos-íeis com gratidão. Uma pessoa que vos quisesse um bem imenso, vós retribui-la-íeis com igual afeição. Ora, podia Jesus fazer-vos mais do que fez? Podia amar-vos mais do que vos tem amado? Logo, sois obrigados a amá-Lo também e a ser-lhe reconhecidos.


Eu sei que dizeis frequentemente, rezando, as palavras: “Meu Deus, eu vos amo”. “Amo-Vos, meu Jesus”; mas há sempre verdade nestas palavras? O amor se demonstra com fatos. Não poderia o Senhor queixar-se de vós, dizendo-vos: “Em que me haveis amado?”


Conclusão


Compreendestes o que é a Eucaristia; vistes as provas do amor infinito de Jesus para conosco; percebestes quais são os nossos deveres para com o Augustíssimo Sacramento: agora sabeis prezar dignamente o grande dom que Deus vos fez, o incomparável tesouro que temos em nossas igrejas.


Lembrai-vos frequentemente, com fé viva, de Jesus no SS. Sacramento; sede a ele reconhecidos fazendo-lhe com amor verdadeiro, não com palavras, mas sim com fatos.


Assim conseguireis tesouros de graças em vida e na morte, e tesouros de graças na eternidade.


(Extraído do livro A Palavra de Deus em Exemplos, G. Montarino,

Do original La Parole di Dio per la Via d’Esempi)

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